Quando estamos assim , não tem outro jeito, nenhum jeito,
porque o jeito é sentir.
Apenas seguir o que a saudade manda o coração e o corpo sentir.
Mas, me pergunto: _ Como sentir saudade daquilo que não se teve?
Não se sentiu?
Então respondo a mim mesma, que sentir saudades daquilo que não se teve, é certo,
E é certo, porque não se viveu...e isso meu bem, é um perigo!
Fica um desejo no ar,
daquele beijo que não se deu,
Daquele aperto que não se fez,
Daquele calor que não sentiu...
Então o calor de dentro, num crescente rompe tudo
acaba com todos os medos
todos os tabus
todos os desacertos
e dá força à saudade que rompe com tudo,
feito a lava de um vulcão,
arrasa com o desejo
inevitável desejo...
estrangulando a voz, o som e a fala...
que não mais se cala...
um dia vive.
Quando essa saudade se apega na força de um desejo
então esquece...e creia-me que um dia esse desejo pedirá passagem
na febre
no calor
no sufoco
do vazio que ele deixou.
Cresce na força do não ter existido
para ser vivido.
É assim,
não tem jeito
e se não tem jeito
jeito terá.